Emo, estilo musical ou estilo de vida?

Emo, o que vem a ser essa pequena palavra?

  • 1ª parte




Ouve-se muita gente por aí falar em altos brados: “Eu sou emo!!” “Meu estilo é emo”, “Só ouço emo” e por aí vai. Enxurradas de informações lemos e ouvimos em relação a isso todos os dias, seja em showzinhos underground, rodas de amigos e profiles orkutianos. Que seja. Sua mãe te pergunta e aí vem a dúvida: que inferno é emo afinal de contas?

Com o passar dos anos, a tendência do mundo e das coisas é mudar, ascender. Tudo muda, querendo ou não. O modo de pensar, as atitudes, enfim, tudo na nossa vida acaba mudando. Talvez, no meio "emo"/"emocore" a coisa tenha acontecido da mesma maneira.

A primeira vista, googlando aleatoriamente, pude encontrar várias definições para o “emo”/”emocore”. Curiosamente, encontrei essa numa revista teen: Munhequeira, franja caída no rosto, alargador, piercing na boca, colar de bolinhas ou dadinhos, gravatinha, Adidas, roupas pretas, mistura de delicados lacinhos no cabelo com as ousadas meias “arrastão”. Ou na opinião de um simples mortal num fórum: Emocore eh uma bosta fudida e pra usar de argumento, uso o exemplo CPM22. Bom, eh uma denominação pra nada, porque os viado que se dizem músicos precisavam de um nome, de um "estilo". Será que é realmente isso? Será que foi sempre assim?

A intenção dessa matéria que será dividida em algumas partes, não é dizer pra você o que seria certo ou errado; seria apenas fundar pilares de conhecimento para que o leitor tire suas próprias conclusões acerca do que seja e até onde vá a ascensão ou queda desse estilo musical(?).

Os registros, as datas, os mitos que envolvem todo o histórico do emo/emocore em si são confusos; ramificações e sub estilos, nem se fala. Tentaremos entrar aqui num consenso e tentar esclarecer um pouco do tão obscuro e ao mesmo tempo polêmico emo/emocore.

Várias pessoas têm a limitadíssima idéia sobre o que seja o emo/emocore em si. Simplesmente por que os discos mais importantes para a ascensão do emo/emocore foram a sua grande maioria só lançados em vinil, em pouca quantidade e distribuição limitada. De qualquer modo, essas foram as maiores influências, mas nos dias de hoje o que mais se vê são adolescentes ouvindo a quarta, quinta geração de bandas emo/emocore sem nem imaginar do que se trata realmente na essência.


  • 2ª parte


De acordo com alguns mitos em torno do assunto emo/emocore, Rites of Spring, banda conhecida como “pré-fugazi” (projeto de Guy Picciotto), estava tocando num show e entre uma música e outra, um cara da platéia teria gritado: “Emo!!” (apesar de que, outra vertente da etimologia emo sugestiona que o termo fora usado numa entrevista com Ian MacKaye), podendo ter saído daí a expressão. Mas Seja lá o que for, Rites of Spring, seria o protótipo ideal de banda emo: fazia uma combinação entre o intenso e o emocional, inovando completamente na época.

Parece que houve uma treta entre a cena hardcore de Washington e a emergente cena emo. Enquanto a cena hardcore se orgulhava das suas letras superficiais, o emo estava voltado ao intrínseco, focado nas coisas do coração ou situações pessoais canalizando a auto-compaixão e melancolia (solidão, relacionamentos e problemas de amizades). Não obstante, essas bandas emo tornaram-se o centro do que ficaria definido como “DC sound”.

Esse estilo, seria chamado de emocore e iria se propagar ao longo dos anos. No início, estas bandas consistiam na sua maioria em pessoas que tocaram em bandas de punk-rock-hardcore cansados das mesmas linhas de guitarra, ascendendo a um estilo um pouco mais elaborado, não tão rápido e com letras pessoais. O aspecto central instrumental são as guitarras: distorcidas, dedilhadas; ao mesmo tempo harmoniosas entre si, cativantes e grudentas. Teria começado por volta de 1984/85, em Washington mesmo, se difundindo para SF Bay em 1989, estourando depois na parte centro-oeste, Florida e nordeste logo depois. Rites of Spring, Embrace, Gray Matter, Ignition, Dag Nasty, Monsula, Fugazi kind of, Fuel, Samiam, Jawbreaker, Hot Water Music, Elliot, Friction, Soulside, early Lifetime, Split Lip/Chamberlain, Kerosene 454 são alguns exemplos de bandas atuantes nesse período.

Logo depois, algumas bandas trouxeram elementos pop pra seus arranjos, bandas como Elliot e Chamberlain são bons exemplos pra se notar o quão alternativo-pop a parada se tornou sem deixar ainda de ser emocore. Outras características marcantes da maioria das bandas emocore são as guitarras Gibson modelo Les Paul, algumas SG e na sua maioria, e amplificadores Marshall JCM-800.


Para ver a materia completa, segue os links.
Links: 1ª parte e 2ª parte.
Fonte: PUNKNET

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